Intolerância Religiosa

Lamentavelmente, nesta semana tivemos mais um exemplo de intolerância religiosa. A menina Kailane Campos, 11, foi atingida por uma pedrada após sair de um culto de Candomblé, trajando uma indumentária típica da religião na cidade do Rio de Janeiro. Após agressões verbais de dois sujeitos, um deles arremessou uma pedra que atingiu um poste e em seguida a cabeça da menina. Esta notícia percorreu vários meios de comunicação. Você pode conferir a reportagem completa clicando aqui.
FOTO: Guilherme Pinto/Extra

Exemplos como esse de intolerância nos fazem pensar na importância que temos, enquanto educadores e educadoras, de orientar nossos alunos com relação à diversidade religiosa e o respeito que se deve ter pelas diferenças. No caso específico do Candomblé, uma religião afro-brasileira, já existem as orientações da Lei 10.639/03 que tornam obrigatório o ensino de História da África e da cultura Afro-brasileira nas escolas. No entanto, embora a lei já esteja há 12 anos em vigor, ainda exitem muitas dificuldades em aplicá-la por falta de capacitação dos professores e professoras.

Se no ambiente escolar os alunos tiverem acesso a informações a respeito da cultura Africana e Afro-brasileira, tão presentes em nosso cotidiano, fugindo do senso comum carregado de preconceitos e estereótipos, possivelmente teremos menos casos de intolerância e desrespeito com as religiões Afro-brasileiras.

É valido ressaltar que, no caso citado na reportagem, o problema não se limita apenas à intolerância, mas também pode causar problemas psicológicos na vítima, que ainda é uma criança e sofre rejeição da sociedade pela religião da qual é adepta.

Há várias oportunidades para trabalharmos com o tema Candomblé em sala de aula, sobretudo para professores e professoras de História, Geografia, Ensino Religioso, Sociologia. Um passo simples, mas que pode colaborar, é ensinar um pouco da história do Candomblé e sua relação com o Brasil. Para isso indico aqui um pequeno texto do Geógrafo Emerson Melo, no artigo intitulado MEMÓRIA E RESISTÊNCIANA FORMAÇÃO DOS ESPAÇOS AFRORELIGIOSOS: UMA APRECIAÇÃO SOBRE OS TERRITÓRIOSTERREIROS DE CANDOMBLÉ, que aborda, em poucas páginas, um pouco da história desta religião no Brasil.

O texto de Emerson Melo é apresentado em uma linguagem bastante simples e didática, de forma que pode ser trabalhado facilmente com turmas de Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Sugiro que o professor ou professora selecione trechos importantes do texto e passe para os alunos e alunas, promovendo debates e discussões. Vale ressaltar que é importante verificar o conhecimento prévio dos alunos a respeito do assunto, bem como trazer outros materiais como documentários, vídeos, entrevistas e imagens que possam enriquecer a aula.

Se considerarmos que o conhecimento sobre diferentes culturas pode colaborar para a diminuição da intolerância, nós, profissionais da educação, temos um papel fundamental neste processo. Vamos fazer a nossa parte!

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